sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ser ou não ser...simples.

Nem tudo é simples e por isso mesmo tudo se torna assim.

São os ruídos, as coisas árduas e difíceis que nos fazem ver o outro lado. E tudo parece mais fácil quando os ouvimos e sentimos de novo. Parecem-nos familiares e damos-lhes os bons dias como a quem se vê todos os dias pela manhã.

Como ferro malhado em fogo vivo tomamos a forma do que somos. Mas só assim nos construímos: com as pancadas e dores do dia a dia.
Se tudo fosse calmaria, não saberíamos da beleza das ondas e dum mar bravio. Não lhe ouviríamos a voz e saberíamos menos dos seus segredos.

É o retorno a casa depois de viagens atormentadas que nos faz sentir em paz.
E muitas vezes é preciso partir para descobrirmos quem somos. Atracar noutros portos e sermos doutros também.
É nos duelos da vida que aprendemos o nosso lugar. Vencendo ou sendo vencido mas recomeçando sempre porque o tempo não se compadece de intervalos.
Conhecendo melhor as nossa armas e as nossas fraquezas desbravamos caminho a pulso. Há, por fim, trajectos que já sabemos de cor. E a viagem corre mais ligeira.

Tudo se vai tornando mais simples quando abraçamos códigos e rotas que não sabíamos ao inicio. Damos nomes, sabemos caminhos e o mapa da nossa vida vai-se delineando.

E quando olhamos para traz não nos arrependemos do que foi feito. E muito menos do que ficou por fazer. Ganhamos balanço e continuamos mais seguros porque o passado foi mestre.
Afinal, ser ou não ser simples depende apenas de nós.

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