quarta-feira, 7 de abril de 2010

O tempo fazia-se tarde

Hoje meu corpo cansado deixou-se ficar abandonado a um sono que não o deixava. Não sei de onde lhe vinha tanto cansaço depois de tanta vontade de não parar. Nem os ruídos habituais o despertavam. Nem os mais irritantes do telémovel abandonado. Nada lhe dava o impulso necessário para sair daquela letargia. Hoje queria só dormir.

Lá fora havia sol. Sentia-o porque dormia sempre de persianas levantadas e a luz entrava sem pedir licença quarto adentro. Era assim que gostava de acordar. Imundada de luz. Hoje, atravessada por ela, deixava-me dormir. Sentia-me afundar na cama e deixava-me ir. Em paz.

Sabia de tanta coisa que tinha para fazer. E deixava-me estar. E o tempo fazia-se tarde.

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