E a vontade enorme de não o sentir. De não mais sentir.
Um ardor no peito sobe até à garganta onde não nascem mais palavras. Aí encerradas num nó que não se desata, sufocam emudecidas.
E não sentir era quanto queria. Sobretudo não desejar. Nunca mais.
Só a semente que faz brotar em mim o desejo o pode fazer cumprir. Ao ser colhido.
Abandonado em secura afunda as raízes peito dentro à procura de alívio nalgum oásis aí plantado.
É no toque suave das tuas mãos que se apazigua E na água que bebo de teus lábios que se sacia.
Não estás. E faz-se dor no grito que embalo para não se ouvir.
Conhecer-te é meu martírio.
Saber que existes e não te tenho tornou-se o meu destino.
Quando o meu desejo for flor, cobrir-te-ei de pétalas, meu amor!
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