segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quando...

Conheço-lhe o sabor também. O sabor amargo da ausência.

E a vontade enorme de não o sentir. De não mais sentir.
Um ardor no peito sobe até à garganta onde não nascem mais palavras. Aí encerradas num nó que não se desata, sufocam emudecidas.


E não sentir era quanto queria. Sobretudo não desejar. Nunca mais.


Só a semente que faz brotar em mim o desejo o pode fazer cumprir. Ao ser colhido.
Abandonado em secura afunda as raízes peito dentro à procura de alívio nalgum oásis aí plantado.


É no toque suave das tuas mãos que se apazigua E na água que bebo de teus lábios que se sacia.


Não estás. E faz-se dor no grito que embalo para não se ouvir.


Conhecer-te é meu martírio.
Saber que existes e não te tenho tornou-se o meu destino.


Quando o meu desejo for flor, cobrir-te-ei de pétalas, meu amor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário