quinta-feira, 1 de abril de 2010

Partiste


Era a hora da partida que te assustava mais. O desconhecido. Não saber o que havia para além desta vida que conhecias bem demais. Não te assustavam as agruras, pois conviveras com elas. Fizeram de ti a mulher que sonho um dia ser. Forte e destemida. Mas partir desta vida... assustava-te. Por tanto que deixavas e tanto que querias ainda viver.
E afinal foi só um suspiro o que te separou de nós. Um sopro ténue e deixaste-nos. Mas não te vamos esquecer. Nunca e tu decerto o saberás.
Faltar-me-ão as tuas risadas, o teu humor contagiante que eu queria ter herdado de ti. A tua vontade de viver, de mudar as coisas a toda a hora. De fazer cada vez mais e melhor. De tantos planos sempre novos...
Nem o tempo que nos foi negado pela vida fora nos afastou tanto quanto julgavas. Estás em mim. Em tanta pequena coisa! Como só é possível acontecer entre mãe e filha.
Ainda vou a tempo de te dizer uma vez mais? Gosto muito de ti, mãezinha!

E sabes, quando partiste, foi para dentro dos nossos corações. É lá que te sinto. É lá que te vou guardar. Aconchega-te. A tua viagem continua.

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