quarta-feira, 24 de março de 2010

"Apetece-me morder-te."

"Apetece-me morder-te."
Abria a mensagem e ficava a olhá-la sem saber o que responder.

De tempos a tempos sem qualquer razão a não ser a da ausência e a dos apetites insuspeitados mandava-lhe uma mensagem como um grito que ela não sabia calar.
Falava-lhe numa língua que ela não sentia e deixava-a perdida num mundo sem vocábulos.

Gostava das coisas simples. das palavras que se desenham ao sabor das vontades que crescem a dois. Em harmonia. Inventadas num dicionário que ora um, ora outro constroem, devagarinho ao sabor das marés em que viajam de peito aberto.
Num mar assim, "Apetece-me morder-te" poderia ter como resposta, " Sou tua, naveguemos."
Mas viajará ele no mesmo barco? Falarão ambos a mesma língua?

Não, ainda não vai ter resposta. São bandeiras diferentes as que levam nos barcos que cruzam este mar. Não se entendem ainda. Talvez um dia.

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