domingo, 7 de março de 2010

Entre uma e outra

Foto de Margarida Reis
As minhas estão como eram as tuas quando partiste. As delas estão como deveriam estar já as tuas. Entre uma e outra o tempo da saudade.
Um tempo de ausência alimentado nas memórias que plantadas no correr dos dias deram o seu fruto então. Um tempo em que sempre recusei a tua partida para lá de mim.

E se tempo foi saudade a morada foi o coração. E as lembranças que te trazem até mim, essas, mantêm-te vivo. Por isso falo contigo e te confidencio tanta coisa. Razão porque ouves o que não digo e sentes o que não exprimo. Tão entranhado me estás!

Quando um dia, finalmente me encontrar contigo saberei de cor as rugas que ainda não te vi.
Da mesma forma que tu me reconhecerás. Serei de novo a criança que um dia te viu partir. Verás!

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