sábado, 6 de março de 2010

Palmilho

Pouco a pouco palmilho em ti a viagem que os meus sentidos gritam dentro de mim. Uso a ponta dos dedos, tocando levemente na penugem quase invisível de que a tua pele se veste. Sinto-me estremecer daí até ao centro de mim. E sinto-te estremecer comigo.
Ondulas suavemente à medida que avanço neste percurso sem rumos. És tu que me levas onde queres. E eu vou porque também o quero.
Sou um rio a entrar mar adentro. Espraio-me em ti deixando de ser quem sou para sermos nós.
E é no rebentar da onda que este desejo de estar em ti, denuncia o amor que te sinto.

Sopro agora devagarinho o teu peito cansado. Persigo uma gota, talvez do mar onde nos afundámos, fazendo-a rodar em direcção ao teu mamilo ainda sedento. Recolho-a com a ponta da minha língua. Sinto o teu corpo arquear.
Beijo-te suavemente e deixo-te repousar.

Fico a olhar para ti. Não sei como um dia poderei deixar de te amar!

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