Vejo ainda quem passa e cresce ao ritmo dos dias que se transformam a cada momento. Não sei já quantas memórias contenho e por quanto tempo. Um dia serei também cinza destas lembranças, recordação em postais com pontas dobradas e amareladas.
Não sou nada. Não o é ninguém. Somos momentos em tempos que se escorrem como as areias das praias que beijo ao escoarem-se pelos dedos de ingénuas crianças. E só. E tanto!
Se o que ouço e vejo, se o que sinto e pressinto, fosse argamassa de tempo, seria eterno pelo tempo que a eternidade tem. Por tanto ser.
Mas é poeira, só poeira. Daquela que entra olhos dentro e os faz chorar.
Um choro cheio de saudades dum futuro a adivinhar. Onde as cidades, talvez, cresçam dentro de nós.
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